Qual é a evolução da esquizofrenia a longo prazo? 

O curso e a evolução da doença não são estabelecidos no início da doença. Na avaliação do prognóstico considera-se a presença de fatores que possam facilitar ou impedir a recuperação do indivíduo.

Os fatores mais citados como influentes nos cursos e evolução da esquizofrenia são: fatores genéticos e orgânicos, eventos que ocorrem na infância e adolescência, desenvolvimento e relacionamento psicossocial antes da doença, classe social e fatores socioculturais, estado civil, tipo e idade de início da doença, fator precipitante, sintomatologia, tratamento e ambiente familiar.

Alguns portadores da doença recuperam normalmente sua vida, outros ficam parcialmente prejudicados, tendo que se adaptar às restrições impostas pela doença e, ainda, outros são bastante atingidos com restrições severas. Não há uma regra e depende da conjugação dos diversos fatores apontados.

O sexo feminino parece estar associado ao melhor prognóstico na esquizofrenia. As mulheres necessitam de doses menores de medicação antipsicótica, são menos hospitalizadas, passam menos tempo internadas, têm menos recaídas e um melhor relacionamento social.

No curso da doença é frequente a pessoa apresentar depressão e isto se torna preocupante quando não está na fase aguda da crise, pois não consegue pensar com clareza e compreender melhor o que está acontecendo. O risco de suicídio aumenta muito neste período e é uma causa de morte importante na esquizofrenia, pois alguns levantamentos chegaram a apontar  de 4% a 10% de suicídios entre os portadores da doença.